sábado, 1 de janeiro de 2011

#9 O Labirinto

Pelas ruas infinitas, Não encontro meu destino. Endereço repentino; Então, me pára. Não é nada; Sigo em frente, o meu caminho. A mim mesmo, ainda minto: - Logo chegarei em casa. Em calçadas, Eu percorro o labirinto (Cruzamentos, sinais verdes e paradas). O suor não pára o tempo; Lágrimas, enxuga o vento; E um triste pensamento Não se afasta. A cidade, assim, se fecha em semelhança. A lembrança, À realidade, não se adapta. Eu confundo o momento E me perco no silêncio De um triste monumento Que me agrada. Minha calma é necessária Para espantar o medo, Desvendar todo o segredo Que o labirinto encerra. Os meus pés seguem por terra, Minha alma por promessa, O meu corpo por saudade. Edifícios, tais quais pedras, Alicerçam a cidade; Conduzindo minha mocidade Eterna, De encontro ao passado. Eu me torno um condenado Num presente adulterado, Que me enterra. Observo as vidraças Das janelas, Onde o sol ofusca a vista Com a luz que é minha guia Na escuridão tardia Do passado. Cada praça Me congraça, Tal um templo Erigido como um marco à memória. Cada uma conta a história De seu tempo, De sorriso e sofrimento, De conquistas e derrotas. Novamente, me encontro sem saída, Apesar de tanta via planejada. Já não reconheço nada Do que havia, Já não reconheço nada. Alimento meu silêncio, O tempo passa, Onde pombos batem asas Sem voar. Não consigo encontrar O meu caminho; O meu ninho Não encontro em meu lugar. Continuo a me enganar, Ainda minto, Preso a esse labirinto A me fechar.

» Dados sobre o Poema
Título O LABIRINTO
Autor João Felinto Neto
Categoria Esperança
Cadastro 1/1/2011 14:08:17
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